O desafio passou por transformar este espaço excessivamente compartimentado, por um mais aberto, e de circulação fluída. Um espaço que permita a luz natural chegar a todos os cantos da casa, e uma ventilação mais eficaz.
A localização da porta de entrada não possibilitava anular o hall, mas sim transformá-lo num espaço de distribuição mais interessante. Para isso desenvolveu-se um armário que se desdobra em várias funções, criando num só gesto, um vestíbulo de entrada, uma circulação para a zona social, e um vestíbulo/closet de ligação aos quartos.
O quarto de banho único da casa deu lugar a dois completos. Um funcionará como serviço e como apoio a uma futura ocupação do quarto ainda livre. O outro passou a transformar o quarto do casal numa suite. Dada a limitação de espaço existente, criou-se um modelo de casa de banho, influenciado, uma vez mais, pelo desenho do mobiliário, que divide de modo diáfano, a zona da cama, da zona de acesso à cabine, composta por uma sanita e uma base de duche, ficando o lavatório no exterior, aberto para o corredor/closet, e limitado por este roupeiro com apenas dois metros de altura.
O objetivo da maximização de luz natural foi levado até ao detalhe construtivo, resultando num modelo de portas pivotantes, a toda a altura livre do espaço, com uma folha em policarbonato alveolar. A fluidez de circulação pretendida, também contribuiu para que as portas tivessem abertura tipo vaivém, permitindo abrir a porta em qualquer sentido, uma vez que estas não possuem batentes, transformando-se em meros elementos de encerramento visual. O layout de distribuição da luz artificial também seguiu a premissa da fluidez, tirando partido de sensores estrategicamente colocados em pontos da casa, onde se reduziu ao mínimo o acionamento manual dos pontos de luz.
O desenvolvimento da cozinha fez-se no pressuposto de que esta seria um elemento preponderante na dinâmica social dos utilizadores da casa. Esta “esconde-se” atrás de um armário cristaleira, que a revela a partir da abertura de dois paineis de correr, de diferentes tamanhos, que permitem regular o grau de abertura da mesma.
A suspensão da banca de apoio permite utilizá-la como bancada de refeições breves, ou de reforço da capacidade do número de comensais. Aumenta ainda a sensação de leveza e continuidade espacial.
Finalmente tratou-se da questão da arrumação, realizando uns arrumos, que funcionam como uma espécie de “bastidor” da cozinha. Aqui houve espaço ainda para aproveitar o canto morto da cozinha, embutindo nesta uma máquina de lavar roupa.